Tag Archives: Multimedia

In Death’s Dream Kingdom (2002) – Ivan Marino

Título: In Death’s Dream Kingdom
Data: 2002
Autor: Ivan Marino
Colaboração – Programador: Luis Negron
Design: Andréa Nacach
Produção: G. Gualtieri

video fragment2

video fragment1

video fragment3

Este projecto do Netherlands Media Art Institute, foi efectuado no âmbito da Playing Field, com a cooperação do Montevideo/Time Based Arts e da IMG/Institu fur Mediengestaltung und Medientechnologie, Mais, Alemanha, e o MECAD\Media Centre os Art and Design da Escola Superior de Design ESDI, Barcelona, Espanha e patrocinado pelo programa da comissão europeia da cultura 2000 e com a colaboração do ZKM – Centre for Art and Media.

Num formato hypermedia, In Death’s Dream Kingdom caracteriza-se por um objecto áudio-visual e multimédia interactivo em que o utilizador escolhe a sequencia de visualização de fragmentos de vídeos e cria a narrativa dependendo da sua escolha pessoal. O autor cria um interface que permite ao observador, também utilizador, “construir a sua própria leitura, o seu próprio caminho e a sua própria versão do trabalho”. O título tem como referencia um verso de T. S. Eliot do poema “The Hollow Men” de 1925, transformado num discurso hypertextual e poesia audiovisual inspirada no experimentalismo.

Os vídeos têm um registo documental e foram filmados em instituições psiquiátricas apresentando pessoas com o sentido de percepção do tempo/espaço alterada.
O áudio descreve sons mecânicos distorcidos de caixas negras de aviões, engenhos mecânicos e monólogos sem sentido.

Os 6 filmes, elementos de acesso, ligados aos trabalhos no interface apresentam-nos as escolhas. Cada um é composto por vários fragmentos de vídeo que podem ser escolhidos de modo a criar novas narrativas. Simultaneamente estes elementos apresentam-se-nos “vagueando” no próprio interface ao longo do objecto audiovisual.
Este conjunto estabelece uma experiência de percepção espaço-temporal entre as imagens e a deterioração da percepção humana confundida ainda com interferências no percurso que o utilizador tenta estabelecer na organização dos fragmentos.

Este projecto torna interessante a aplicação do hypermedia no contexto cultural visual e social, uma vez que se tratam de vídeos documentais, numa possibilidade de co-autoria de montagem de um produto final sempre diferente.

Entrar em “In Death’s Dream Kingdom” ~ NET VERSION

José Perico

VIDEOPLACE (1974) // Myron Krueger

Videoplace

No início dos anos 70 Myron Krueger criou um grupo de projectos aos quais chamou “Responsive Environments. Estes projectos consistiam em espaços físicos, onde os participantes interagiam o computador, tudo por meios audiovisuais e em tempo real. O computador era programado para comportar-se como uma personagem inteligente, provocando uma resposta e desafiando os participantes a irem para além os limites virtuais.
Videoplace consistia em dois espaços físicos unidos pelo computador. Cada um continha um ecrã e uma câmara que captava as silhuetas dos participantes. Estas eram projectadas simultaneamente nos dois ecrãs, criando uma experiência visual comum aos participantes (Esquema do Videoplace). A sensação era de entrar numa sala escura, ver a nossa silhueta e as das outras pessoas, e sentir que estamos acompanhados apesar de continuarmos numa sala vazia. O computador, para potenciar a exploração daquele espaço virtual, criava objectos virtuais com os quais as pessoas, de ambas as salas, podiam jogar, e provocava também efeitos visuais cada vez que duas silhuetas se chocavam, provocando uma reacção psicológica semelhante ao toque.
Este projecto foi pioneiro no aspecto em que unia virtualmente e em tempo real duas pessoas separadas pelo espaço físico, sem precisarem de qualquer aparelho, luvas ou capacetes. Os ideais de Krueger centravam-se na exploração dos potenciais do computador. Não utiliza-lo como uma mera ferramenta de assistência, ou uma divertida forma de copiar a nossa realidade, mas como uma possível extensão dos nossos sentidos. O Videoplace lançou possibilidade de uma comunicação mais efectiva, física e intuitiva abrangendo um maior número de sentidos na comunicação. Como diz o próprio Krueger, “a melhor e mais básica forma que temos de experimentar o mundo é directamente através dos nossos sentidos, mais do que a partir de conceitos simbólicos ou abstractos.”
Hoje, após quase 40 anos, vemos estes ideais aplicados a projectos como o Messenger e o TED.

Raquel Oliveira #3646